terça-feira, 7 de agosto de 2012

HISTÓRIA DA MÚSICA EL CONDOR PASA

EL CONDÓR PASA
MELODIA:Daniel Alomía Robles
LETRA: Julio de la Paz 
ARRANJO: Asdrúbal Rezende
SOLO DE VIOLÃO: Asdrúbal Rezende - do disco "Asdrúbal e o mundo maravilhoso de seu violão" 

HISTÓRIA DA MÚSICA

     A música "El condór pasa"- inspirada nos cantos andinos -  tem uma história interessante. Ela faz parte de uma obra teatral musical do mesmo nome, classificada tradicionalmente como zarzuela. A música é de autoria do compositor peruano Daniel Alomía Robles, nascido em 1871,e a letra de Julio de La Paz, pseudônimo de Julio Baudouin.
     A obra teatral conta uma história que transcorre no assentamento mineiro de Yapaq de Cerro de  Pasco, Peru, e constitui-se uma obra de denúncia social. É a tragédia do enfrentamento de duas culturas, a anglo-saxônica e a indígena. A exploração de Mr King, dono da mina, tem sua culminação na vingança de Hegínio, que o assassina. Mas para subtituí-lo chega Mr. Cup, e a luta tem que ser reiniciada. O condor que voa nas alturas é o símbolo da tão desejada liberdade. Inicialmente sem letra, "El condór Pasa" aparecia na parte final da obra 
     Em 1913, Alomia Robles compôs a zarzuela que estreou no Teatro Mazzi, em Lima. Devido ao sucesso da peça musical, a música que a encerrava foi amplamente  interpretada por grupos de música popular andina e ganhou o mundo quando um grupo denominado "Los Inkas" a executou em um teatro em Paris nos anos sessenta. Paul Simon, da dupla Simon e Garfunkel, se interessou pela melodia e propôs comprá-la. "Los Inkas", talvez por ignorância, julgando que se  tratava de uma composição popular anônima do século XVIII, a venderam. Simon compôs uma nova letra e a gravou no disco "Pontes sobre água turbulentas".
     Porém, em 1970, depois de demandas judiciais, o cineasta Armando Robles Godoy, filho de  Daniel Robles, comprovou que a autoria de "El Condór Pasa" era de seu pai, que nos anos trinta havia patenteado a obra nos Estados Unidos.
     Em 2004 a música foi declarada Patrimônio Cultural do Peru.

TRADUÇÃO DA LETRA

Ó majestoso condor dos Andes
leva-me ao meu lar, nos Andes,
Ó condor
quero voltar à minha terra querida e viver
com meus irmãos incas, que é o que mais anseio
ó condor

Em Cusco, na praça principal
espera-me, para passearmos em
Machu Pucchu e Huayna Picchu























sexta-feira, 3 de agosto de 2012

GAROTA DE IPANEMA COMPLETA 50 ANOS DE SUCESSO MUNDIAL


'Garota de Ipanema' completa 50 anos de sucesso mundial
Em 2 de agosto de 1962, Vinícius de Moraes e sua trupe encantaram o Rio de Janeiro com a 1ª interpretação da música que virou o símbolo da Bossa Nova

Tom e Vinícius em show no Canecão em 1977
A canção mais célebre da Bossa Nova, a mítica Garota de Ipanema, completa nesta quinta-feira 50 anos desde que foi interpretada pela primeira vez em público, dando início à sua incomparável trajetória de sucesso que ultrapassou as fronteiras da música. Em 2 de agosto de 1962, Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, o baterista Milton Banana e o contrabaixista Otávio Bailly deslumbravam o Rio de Janeiro interpretando em um clube a canção que faria sombra a todas as demais desse gênero musical.
A simples, mas elegante melodia de Garota de Ipanema passou por cima de outras mais elaboradas, como a genial Chega de Saudade, também de Tom Jobim. A letra, escrita por Vinícius por encomenda de seu amigo Tom para acompanhar uma melodia que fizera pouco tempo antes, nasceu com o nome de Menina que Passa, mas foi rebatizada, dando lugar ao título conhecido por todos, segundo explicou o professor de literatura e especialista em Bossa Nova Carlos Alberto Afonso.
Nova York - No início dos anos 60, quando Vinícius e Jobim dedicavam horas ao uísque no Bar Veloso, na antiga Rua Montenegro (hoje Rua Vinícius de Moraes), em Ipanema, os dois gênios da música brasileira espiavam o "doce balanço" dos quadris de uma linda jovem que passava em direção à praia. Três meses depois da apresentação no Brasil, aconteceu a estreia na famosa sala de concertos Carnegie Hall, em Nova York, onde os mestres da Bossa Nova deixariam plantada uma semente que germinaria em forma de disco gravado com o saxofonista americano Stan Getz.
O tema foi gravado em inglês por Astrud Gilberto e foi estendido pela célebre execução de Getz a pouco mais de cinco minutos. "Para reconhecer a melodia de Garota não é preciso mais que um minuto, mas essa forma maravilhosa de interpretá-la de Getz a estendeu mais do que na versão original", disse Afonso em sua loja, chamada Toca do Vinícius, situada no coração de Ipanema e transformada em um autêntico museu e templo da Bossa Nova.
Inspiração - Mais tarde, em 1965, Vinícius confessaria que sua musa foi uma adolescente chamada Helô Pinheiro. A partir daí, a jovem passou a desfrutar de fama no Brasil e em outros países, tornou-se atriz, organizadora de concursos de beleza e empresária. "Eu nunca respondia a seus elogios, só entrava no bar para comprar cigarros para meus pais ou passava por ali para aproveitar meus dias livres ao sol", revelou Helô.
Afonso assinalou que foi a Bossa Nova que exerceu influência no jazz, e não o contrário, "porque nessa época as melodias de Cole Porter já estavam desgastadas". Para o especialista, também houve motivos políticos para o impulso que os americanos deram à Bossa Nova, já que a Guerra Fria fez com que quisessem usar a música tropical brasileira para resistir à salsa cubana. "A Bossa Nova busca o mesmo que a arte renascentista: a perfeição através da simplicidade", afirmou Afonso.
Do Rio para o mundo - Em 1967, Frank Sinatra ligou para Tom Jobim, que atendeu ao telefone no próprio Bar Veloso, e o convidou para gravar Garota de Ipanema. A voz de Sinatra fez com que a canção chegasse ao mundo inteiro. Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, é hoje um lugar de visita obrigatória para os amantes do jazz, da Bossa Nova e da música em geral. Em suas ruas, podem ser encontradas a casa onde Tom Jobim viveu grande parte de sua vida, o bar onde o maestro se encontrava com Vinícius e um dos últimos locais remanescentes na cidade com programação diária de Bossa Nova ao vivo.
Em Ipanema, também está o primeiro monumento erguido em homenagem ao estilo musical, um mural que enfeita a parede da estação de metrô do bairro.
Fonte: Revista Veja